A nossa alma caracteriza-se pela razão (pensamentos), emoção (sentimentos) e vontade (desejos). A maturidade
consiste na harmonização destas três dimensões para que haja equilíbrio numa
personalidade saudável, feliz e frutífera. Vivemos, no entanto, numa realidade
marcada pelo pecado não só nos indivíduos, mas nas estruturas sociais,
econômicas e políticas que geram desequilíbrios e que afetam, principalmente,
as emoções, gerando dor e sofrimento. Freud afirmou que a dor do mundo se torna
quase insuportável para alguns, que precisariam do conforto de um remédio,
droga, qualquer coisa, para sobreviver.
A palavra de Deus aponta para outra direção,
aponta para Cristo, pois ele veio para que tenhamos vida abundante (João
10.10). Nele o reino de Deus se faz presente (João 1.14) e esse reino "não
é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo"
(Romanos 14.17). A
Palavra afirma que "o Pai ama ao Filho, e todas as
coisas tem confiado às suas mãos. Por isso, quem crê no Filho tem a vida
eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas
sobre ele permanece a ira de Deus" (João 3.35-36). Portanto, na conversão genuína o
rebelde se rende ao senhorio de Cristo e, sob o governo de Cristo, as emoções
negativas mais fortes e doloridas transformam-se em sublimes sentimentos.
A tristeza se transforma em alegria.
"Em verdade, em verdade
eu vos digo que chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará; vós
ficareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria. A mulher,
quando está para dar à luz, tem tristeza, porque a sua hora é chegada; mas,
depois de nascido o menino, já não se lembra da aflição, pelo prazer que tem de
ter nascido ao mundo um homem. Assim também agora vós tendes tristeza; mas
outra vez vos verei; o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém
poderá tirar" (João 16.20-22). A tristeza do cristão é dor de parto que
gera alegria.
O medo se transforma em coragem.
Não só os inimigos
imaginários, mas os inimigos reais são vencidos pelo poder de Cristo. "Se
Deus é por nós, quem será contra nós? Quem intentará acusação contra os eleitos
de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem
morreu, ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também
intercede por nós" (Romanos 8.31, 33-34). Portanto, nem tribulação, nem
angústia, nem perseguição, nem fome, nem perigo, nem espada, nada poderá nos
separar do amor de Deus (Romanos 8.35).
Os conflitos se transformam em paz.
O resultado da justificação
pela fé e da reconciliação com o Pai mediante o sacrifício do Filho é a paz com
Deus (Romanos 5.1), com nós mesmos, com o próximo e com a natureza. Firmes
nesta graça, "gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. E não somente
isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação
produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança.
Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso
coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado" (Romanos 5.2b-5).
Quando estamos sujeitos à autoridade de Cristo,
vivendo em unidade na comunhão fraterna, ele passa a ser "tudo
em todos" (Colossenses 3.11b) e nos revestimos como eleitos de Deus,
santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de
mansidão, de longanimidade. Perdoamo-nos uns aos outros como somos perdoados
por Deus. Acima de tudo, revestimo-nos de amor, o vínculo da perfeição,
(Colossenses 3.12-14), o mais sublime de todos os sentimentos, de todas as
emoções, porque é o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus quando se
sacrificou por nós (Filipenses 2.5-11).
POR: Mathias Quintela de Souza
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