Quando
criticados, geralmente temos uma dessas atitudes: responder ou ignorar as
críticas. A verdade é que ninguém escapa das críticas. Elas vêm quando
acertamos e vêm também quando erramos. A melhor postura deve ser aquela tomada
pelo apóstolo Paulo: “Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus?
Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a
homens, não seria servo de Cristo” (Gl 1.10). Isso é interessante, pois ninguém
consegue agradar a todas as pessoas, mas é maravilhoso saber que podemos
agradar a Deus.
A
maioria das pessoas tem uma formação falha que as deixou feridas. Pessoas
feridas ferem. É uma forma de dar vazão às dores provocadas por outros. Com as
devidas exceções, a maioria das críticas são negativas, porque as pessoas são
negativas. É mais fácil censurar do que elogiar, humilhar do que enaltecer. A
Bíblia diz: “Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios” (Rm
12.10). E mais: “Tratem a todos com o devido respeito” (1 Pe 2.17). Isso não contraria
o fazer críticas, pois elas têm o seu lugar, mas até para criticar devemos ter
boas maneiras.
Quando
nos dispomos a viver altruisticamente e ter uma vida piedosa (2 Tm 3.12),
certamente seremos criticados. Os pioneiros quase sempre são alvos das flechas
dos nativos acomodados a um sistema em geral bitolado e estéril. Os apóstolos
de Jesus ilustram o que é viver para fazer diferença. Eram homens simples e
iletrados, mas seguiram a Jesus com determinação, e isso lhes custou muito. Dez
dos doze primeiros apóstolos de Jesus morreram como mártires. Precisamos ousar
e sair da zona de segurança se queremos quebrar paradigmas e fazer diferença
que permaneça.
Não
devemos temer críticas. Se elas forem falsas, não terão poder contra nós. Se
forem verdadeiras, devemos considerá-las e fazer as mudanças apontadas por
elas. A melhor forma de viver é ser maleável, inclusive para ser criticado.
Muitos demoram aprender como viver com flexibilidade. Quando atingimos esse
patamar, temos alcançado um alto nível de maturidade na vida.
A
ausência de críticas nem sempre é um sinal positivo. Pelo contrário, pode
refletir nada mais do que um comodismo crônico ao meio no qual estamos. Muitas
pessoas têm facilidade em usar o processo do mimetismo e se ajustarem ao que
lhes é conveniente, para nunca serem diferentes, pois temem as críticas e não
as suportariam, tal é a fragilidade moral e espiritual que adquiriram. Devemos
considerar a fonte da crítica por vários prismas.
Às vezes a crítica vem de pessoas tão
desqualificadas para tal, que ignorar o insulto pode ser a melhor atitude. Se a
crítica vem de uma pessoa amiga, pode não refletir exatamente o sentido real do
que foi observado devido a simpatia que a pessoa nos tem. Por outro lado, se a
crítica vem de um inimigo, pode ser a melhor forma de apontar algo que não
percebíamos.
A
Bíblia diz que “o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem
aceita como filho” (Hb 12.6). Isso nos mostra que devemos nos manter abertos
para qualquer correção que o Senhor queira nos fazer, não importa quem usará o
chicote. Deus pode usar qualquer instrumento que quiser para o nosso bem. Se
perdermos o medo das críticas e começarmos a obedecer a Deus
incondicionalmente, nunca mais seremos os mesmos, e em geral estaremos acima
das críticas; e mesmo quando atingidos por elas, teremos a capacidade de Deus
para lidar com elas como convém.
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