O QUE A BÍBLIA DIZ?
Mais de 60 vezes, no
Novo Testamento, os cristãos saudaram ou foram mandados saudar um ao outro (Atos
15:23; Romanos 16:3-16; 1Coríntios 16:19-21; 2 Coríntios 13:12; Filipenses
4:21-22; Colossenses 4:10-15; Hebreus 13:24; 1 Pedro 5:13-14).
Na maioria dos casos,
não há nenhuma saudação especial dada; a ideia é aquela de uma saudação cordial
da parte dos irmãos, de uns aos outros. Mas alguns imaginam se não haveria uma saudação
especial, que os irmãos deveriam fazer.
Alguns anotaram
referências ocasionais sobre beijar como uma forma de saudação (Romanos 16:16;
1 Coríntios 16:20; 2 Coríntios 13:12; 1 Tessalonicenses 5:26; 1 Pedro 5:14).
Como resultado, eles iniciaram rituais especiais de troca de beijos como forma
de adoração. Em certas igrejas há determinados momentos para “o ósculo
santo". Outros saúdam todos os irmãos que encontram com um beijo.
Mas há sérios
problemas bíblicos com estas ideias:
1-
Não
há texto nas Escrituras que indique que um beijo era a única forma
de saudação entre os
irmãos do primeiro século. Aliás, as saudações que Paulo frequentemente enviou
pelo correio não poderiam ter sido na forma de um beijo.
Beijar é uma forma
aceitável de saudação entre os irmãos, mas não é a forma exclusiva.
2-
Não
há indicação de que os beijos fossem mais do que uma mera
saudação. As
referências não são encontradas nas partes doutrinárias das cartas que relatam
as práticas da igreja. Os contextos não atribuem maior significado ao beijo do
que o de uma cordial saudação fraternal.
3- Se estes textos se referissem a uma
prática específica incorporada ao ritual de adoração, eles teriam dito o beijo
santo, assim como falamos do batismo ou da ceia. Beijar como
saudação entre irmãos é, certamente, aceitável; tornar certo tipo de beijo uma
rígida doutrina ou ato de adoração, não é.
Outros descobriram
alguma frase distinta que eles transformaram na saudação exigida entre irmãos:
“paz do Senhor", por exemplo. Às vezes a frase se torna quase uma
repetição sem significado. Outras vezes, é usada como um modo de identificar o
verdadeiro “fiel".
Mas, de fato, houve
muitas frases usadas pelos cristãos do primeiro século, quando se encontravam e
expressavam o desejo para o bem-estar do outro (observe os textos citados
acima).
É claro que não é errado
desejar sinceramente a um irmão que sinta a paz de Cristo, mas não devemos
nunca impor uma forma específica de saudação.
Saudações são
simplesmente saudações. E, entre irmãos, deverão ser o reflexo sincero do amor
e do cuidado que os verdadeiros discípulos compartilham.
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